Quando pensamos em convicção e em missão, dificilmente pensaremos em crianças. Neste tempo em que vivemos, as crianças são seres frágeis, sem qualquer possibilidade de definição de vida e que precisam de proteção contínua.
Como pais, tios, avós, professores, temos realmente o dever de proteger, cuidar e direcionar os nossos pequeninos. Mas até que ponto temos desprezado as suas habilidades e a possibilidade de desenvolverem convicções e definirem a sua missão de vida?
Sabemos muito pouco sobre a infância de Jesus em termos específicos. Os relatos apócrifos de milagres e travessuras não têm qualquer base bíblica, e são negados pelos evangelhos.
Podemos deduzir bastante do que sabemos da época. Jesus viveu num contexto galileu, pobre e onde a vida era dura. Quando ele era um menino de uns 10 anos houve uma grande revolta na região. O líder dessa rebelião foi crucificado em Séforis, a poucos quilómetros de Nazaré.
Jesus cresceu aprendendo o ofício de carpinteiro de José, e ajudando nos campos que a família teria de plantar, como todos faziam. Teve certamente de auxiliar Maria com a prole que cresceu bastante (4 irmãos e pelo menos 2 irmãs). Casa cheia de crianças e agitação.
Sabemos que iria à sinagoga local no sábado e que aprendeu a ler hebraico. Mas concretamente só temos o relato da sua visita ao templo aos 12 anos. E o que esse relato evidencia?
Em total contradição com as inúmeras estórias criadas à volta de Jesus e que o mostram fraco, indeciso, confuso em relação ao seu papel e lugar, ele aos 12 anos, já sabia quem era e qual era a sua missão na vida. Tendo sido deixado acidentalmente para trás no regresso a casa, ficou no templo, esteve entre os meninos que aprendiam dos mestres e a todos impressionou.
E quando sua mãe finalmente o encontrou, a sua resposta foi clara e incisiva: “Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” Lucas 2:49. Um menino sim, sujeito aos pais terrenos, mas plenamente convicto de sua identidade e sua missão na vida.
Temos o dever de ajudar os nossos meninos e meninas a crescerem com o foco de suas vidas na palavra do Senhor e na sua missão aqui nesta vida. Eles têm a vida toda pela frente e podem dirigir seus passos no cumprimento da grande comissão de um modo único. Que encontrem em nós o exemplo e a direção para viverem com propósito!
Pr. Joed Venturini de Souza