
“Não quero ter “dor de cabeça””. Ouve-se muito esta frase vinda de alguém que quer evitar ter alguma responsabilidade, como, por exemplo, no trabalho. Ou quando alguém não quer ter um filho, ou, até mesmo, quando não quer entrar num relacionamento.
Ter que se relacionar com outra pessoa é difícil; estar diante de um filho ou diante de um futuro cônjuge é estar diante de uma nova responsabilidade, a qual certamente trará alguma “dor de cabeça”.
O melhor seria fugir deste peso e viver a vida em plena liberdade, de forma independente e sem ninguém para atrapalhar e dizer o que se deve ou não fazer. Melhor é abrir o seu próprio negócio para não ter que se submeter a um patrão.
Infelizmente, este tem sido o pensamento contemporâneo. O ser humano não gosta de assumir responsabilidades, sobretudo quando estas implicam nalguma forma de submissão.
Ter que abrir mão de alguma coisa por causa de alguém é algo impensável para a maioria dos jovens.
Todavia, o cristão é caraterizado pela forma como se submete ao outro. Tal se deve por entender que o seu dever para com o próximo implica em abrir mão de muitas coisas para que o próximo seja edificado.
Isso se dá pelo simples facto de o cristão saber a Quem serve, e ter a consciência de Quem o observa constantemente. Ele sabe que vive na presença de um Deus santo, justo e poderoso, cujos olhos estão sobre todas as coisas.
Isso leva a uma mudança de paradigma; conduz a pensar no meu próximo como penso em mim mesmo, pois foi dessa forma que Jesus pensou em nós. Cristo abriu mão da Sua glória e viveu no nosso meio para Se entregar como sacrifício no lugar do pecador que não merece o perdão de Deus.
Portanto, se Jesus assim o fez, que é Deus sobre todas as coisas, como ousamos não fazer o mesmo, sendo nós simples mortais? Estar na presença de Deus requer mudança, submissão, ter que abrir mão de muitas coisas para agradar ao Senhor, bem como responsabilidade.
É impossível servir sem se submeter ao próximo, ao chefe. É impossível estar na presença de Deus e fugir da responsabilidade parental. É impossível estar na presença de Deus e não sacrificar alguma coisa para ver o cônjuge feliz.
Obviamente que os relacionamentos trazem “dor de cabeça” por trazerem as suas dificuldades. Contudo, o cristão deve saber que até mesmo as dificuldades são oportunidades que o Senhor nos dá para exercermos bondade, misericórdia, amor, perdão, mansidão e paciência. Estas características são características do próprio Deus.
Se somos chamados a imitar Jesus, devemos nos portar como tal, abrindo mão de muitas coisas em prol do próximo, sabendo que isto agrada a Deus. Também tendo consciência que temos a nossa responsabilidade diante dEle.
Seminarista Thiago Teixeira